Qual Tipo de Fundo Imobiliário Combina com Você: Tijolo, Papel ou Híbrido?

Aprenda as diferenças entre FIIs de tijolo, papel e híbridos e descubra qual combina mais com seu perfil de investidor iniciante.

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Cauã Andrade

9/24/20253 min read

Você já pensou em investir em imóveis, mas desistiu quando viu o preço de um apartamento ou de uma sala comercial? Pois é, para a maioria das pessoas, ser dono de um imóvel inteiro exige muito capital e burocracia.

Mas existe um jeito mais acessível e inteligente de investir nesse mercado: os Fundos Imobiliários (FIIs). Eles permitem que qualquer pessoa comece com pouco dinheiro — muitas vezes menos do que gastaria em um jantar de fim de semana — e ainda receba aluguéis mensais isentos de imposto de renda (na maioria dos casos).

A grande questão é: existem diferentes tipos de FIIs, e cada um tem suas características. Hoje vamos falar dos três principais: tijolo, papel e híbrido.

Tipos de Fundos Imobiliários

Fundo de Tijolo

O que é?

Imagine ser dono de um pedacinho de um shopping, de um prédio de escritórios ou até de um hospital. O fundo de tijolo investe diretamente em imóveis físicos, que geram renda por meio de aluguéis.

Vantagens:

Dá uma sensação mais concreta: você sabe exatamente onde o dinheiro está aplicado.

Fonte de renda previsível, vinda de contratos de aluguel.

Boa proteção contra a inflação, já que muitos contratos são reajustados pelo IPCA ou IGP-M.

Desvantagens:

Menor liquidez (venda de imóveis pode demorar).

Exposição a riscos específicos, como vacância (quando o imóvel fica vazio sem inquilinos).

Exige boa localização e gestão para manter a rentabilidade.

Fundo de Papel

O que é?

Aqui não há imóveis físicos. O fundo investe em títulos de crédito imobiliário, como CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários). É como emprestar dinheiro para o setor imobiliário e receber juros em troca.

Vantagens:

Rentabilidade atrelada a índices como CDI ou IPCA, o que protege contra inflação ou oscilações dos juros.

Rendimento geralmente mais estável no curto prazo.

Mais liquidez do que fundos de tijolo.

Desvantagens:

Risco de crédito: se quem tomou o empréstimo não pagar, o fundo pode ter prejuízo.

Mais difícil de visualizar, já que não há imóveis físicos para visitar ou conhecer.

Pode sofrer com quedas nos juros, reduzindo a atratividade

Fundo Híbrido

O que é?

Como o nome sugere, é a mistura dos dois. O fundo híbrido investe parte em imóveis físicos (tijolo) e parte em títulos imobiliários (papel).

Vantagens:

Diversificação dentro do próprio fundo.

Flexibilidade de gestão: o gestor pode ajustar a carteira de acordo com o cenário econômico.

Equilíbrio entre renda de aluguel e rendimento financeiro.

Desvantagens:

Mais complexo de analisar, já que mistura dois mundos diferentes.

Risco de não ser “ótimo” em nada: pode acabar rendendo menos do que fundos 100% tijolo em épocas de boom imobiliário, ou menos do que fundos de papel em momentos de juros altos.

Qual é o Melhor para Você?

Perfil conservador (prefere estabilidade): fundos de papel podem ser mais interessantes, já que pagam rendimentos previsíveis.

Perfil moderado (gosta de algo palpável, mas aceita riscos): fundos de tijolo, ideais para quem gosta da ideia de “ser dono de um pedaço de shopping ou prédio”.

Perfil arrojado (busca diversificação e aceita complexidade): fundos híbridos podem ser a escolha certa, equilibrando diferentes fontes de renda.

Dicas Práticas para Iniciantes

Antes de investir em qualquer FII, observe:

Vacância: verifique se os imóveis estão ocupados ou vazios. Alta vacância pode significar menos aluguel entrando.

Dividend Yield (DY): indicador de quanto o fundo paga em dividendos em relação ao preço da cota. Mas cuidado: não olhe só o número, entenda a consistência desses pagamentos.

Gestão: um bom gestor faz diferença. Pesquise o histórico e a reputação da administradora.

Diversificação: não coloque todo o dinheiro em um único fundo. Monte uma carteira com diferentes tipos.

Conclusão

Fundos imobiliários são uma excelente porta de entrada para quem quer investir em imóveis sem precisar comprar um inteiro.

Seja o tijolo, o papel ou o híbrido, o segredo está em entender seu perfil de investidor e estudar antes de aplicar. Assim como na vida real, ninguém coloca todo o dinheiro em apenas um imóvel — e o mesmo vale para os FIIs.

Diversifique, acompanhe e vá construindo seu patrimônio tijolo por tijolo, papel por papel.