Tesouro Direto: Guia Definitivo para Escolher entre Selic, Prefixado e IPCA+
Descubra como funcionam os principais títulos do Tesouro Direto — Selic, Prefixado e IPCA+ —, quais riscos envolvem, para quem são indicados e como escolher o mais adequado ao seu objetivo financeiro.
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Cauã Andrade
9/21/20254 min read


O Tesouro Direto é uma porta de entrada para muitos brasileiros no universo dos investimentos. Com aporte inicial baixo, segurança relativamente alta e boa transparência, ele costuma ser uma das primeiras escolhas de quem quer fazer o dinheiro render mais do que na poupança ou em investimentos bancários comuns.
Dentre os títulos públicos oferecidos hoje, três famílias se destacam como essenciais para compor uma carteira bem equilibrada: Tesouro Selic, Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+. Saber como cada um funciona, quais riscos envolvem, e para quem cada um desses títulos é mais indicado, ajuda a tomar decisões mais alinhadas ao seu perfil, objetivos e à expectativa da economia — especialmente de juros e inflação.
Panorama Atual
A taxa básica de juros (Selic) está em 15% ao ano.
Alguns exemplos de rentabilidades atuais para títulos do Tesouro Direto:
Tesouro Prefixado com vencimento em 2028 está oferecendo cerca de 13,25% ao ano.
Tesouro IPCA+ com vencimento em 2029 está em IPCA + 7,74% ao ano.
Esses números ajudam a ver o que se pode conseguir hoje, mas atenção: essas taxas variam com frequência, dependendo das expectativas de inflação, política monetária, cenário econômico etc.
Tesouro Selic (LFT)
Funcionamento
É um título pós-fixado, isto é, a remuneração segue diretamente a evolução da taxa Selic (juros básicos da economia).
Pode-se pensar nele como uma “poupança de renda fixa”, mas muito mais eficiente: rende juros diários, acompanha a taxa de juros que o governo define, então não existe “surpresa” por conta de elevação do juro no meio do caminho, como acontece com títulos prefixados.
Rentabilidade
Você recebe o valor corrigido diariamente pela Selic, com juros compostos.
No Tesouro Direto, há o desconto da taxa de custódia da B3 (0,20% ao ano sobre o valor do título) , além dos impostos (IR regressivo conforme prazo) e custos da corretora, se houver.
Se mantido até resgate ou vencimento, o título Selic tende a entregar algo muito próximo da Selic líquida desses custos.
Riscos
Risco de crédito praticamente inexistente, já que o emissor é o Governo Federal.
Risco de mercado existe, mas é o menor entre os três tipos, porque quando a Selic sobe ou desce, esse título ajusta mais rapidamente — menos “marcação a mercado” desfavorável para períodos de subida de taxa.
Liquidez: embora possa-se vender antes do vencimento, o valor de venda pode variar; mas para prazos curtos ou reserva de emergência, esse risco é bem pequeno.
Perfil Indicativo
Iniciantes.
Conservadores.
Quem precisa de liquidez ou quer destino de “reserva de emergência”.
Tesouro Prefixado (LTN e Prefixado com Juros Semestrais)
Funcionamento
No momento da compra, se define uma taxa fixa (por exemplo, 13,25% ao ano) que valerá até o vencimento. Se você mantiver o título até ele vencer, você sabe exatamente quanto receberá (bruto de impostos e custos).
Há versões que pagam os juros semestrais (“cupom semestral”), o que pode fornecer fluxo de caixa antes do vencimento.
Rentabilidade
Se mantido até o vencimento: retorno previsível.
Se vendido antes do vencimento: sujeito a oscilações de preço de mercado. Quando os juros no mercado sobem, preços de títulos prefixados caem; quando juros caem, preços sobem.
Riscos
Risco de mercado / juros elevado: especialmente o risco de sofrer perda (desvalorização) no valor de mercado se o vencimento for longo e os juros subir.
Sensível às expectativas de inflação indiretamente: se inflação subir mais que o esperado, o juro real (o que sobra depois da inflação) cai.
Maior volatilidade para prazos mais longos.
Perfil Indicativo
Investidores com opinião — ou cenário bem definido — sobre onde os juros vão no futuro.
Quem tolera alguma oscilação de curto/médio prazo em busca de retorno potencial maior.
Prazo médio; menos indicado para quem precisará do dinheiro logo.
Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal e com Juros Semestrais)
Funcionamento
É um título híbrido: parte do rendimento vem da correção pela inflação medida pelo IPCA, e há uma taxa real prefixada adicional (ex: IPCA + 5,5%).
Versões “Principal” pagam todos os juros no vencimento; versões com juros semestrais pagam “cupons” a cada semestre, fornecendo fluxo de caixa ao longo do período.
Rentabilidade
Garante proteção contra a inflação: seu poder de compra é preservado, porque o valor corrige pelo IPCA.
Em cima disso, adiciona um prêmio real (fixo) que remunera acima da inflação.
Porém, como os prefixados, é afetado pela marcação a mercado se o título for vendido antes do vencimento, e pelas expectativas futuras de inflação.
Riscos
Risco de mercado/juros semelhante ao prefixado: quanto mais longo for o vencimento, mais sensível.
Risco de inflação nas expectativas: se a inflação ficar abaixo do previsto, a taxa real efetiva pode ficar abaixo do estimado, embora você seja garantido de receber ao menos IPCA (naqueles títulos que efetivamente pagam semestralmente ou no vencimento).
Risco de liquidez ou de venda antecipada: pode haver variação de preço negativo.
Perfil Indicativo
Pessoas de médio a longo prazo.
Quem busca proteger o patrimônio do efeito da inflação.
Objetivos como aposentadoria, grandes compras no futuro, deixando o investimento “de perfil” que absorva inflação e juros reais.
Comparativo Rápido
Consideraões Finais
Não existe “o melhor título do Tesouro Direto” de forma absoluta — existe o título mais adequado para você, de acordo com seus objetivos, horizonte de tempo, tolerância a risco e expectativas sobre economia (juros, inflação, etc.).
Exemplos práticos:
Se você quer montar uma reserva de emergência, que pode ser usada a qualquer momento, o Tesouro Selic é a escolha mais segura e prática.
Se está planejando uma viagem ou um objetivo daqui a 3 anos, pode valer a pena usar o Tesouro Prefixado (ou até IPCA+ com vencimento nessa janela) se as taxas parecerem atraentes, porque você “trava” uma rentabilidade hoje.
Para aposentadoria em 20 anos, ou deixar um legado, ou grandes gastos futuros: IPCA+ costuma ser a melhor arma, pois ajuda a preservar poder de compra ao longo do tempo.
Encorajamento Final
Investir bem passa por educação financeira. Entender como os títulos públicos funcionam, acompanhar taxas, cenários macroeconômicos (inflação, Selic, política fiscal) e riscos, são passos fundamentais. Se possível, procure aconselhamento personalizado — um assessor ou planner financeiro — para ver como esses títulos se encaixam em sua realidade.
Com esses conhecimentos, você estará mais preparado para montar uma carteira sólida, diversificada e que possa te dar tranquilidade financeira, independentemente do que a economia venha a fazer amanhã.
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